Segunda-Feira, 21 de Abril de 2025
Política
03/03/2016 18:00:00
Sem negar delação, Delcídio desmente conteúdo de matéria de revista

Midiamax/AB

Imprimir

O senador Delcídio do Amaral e seu advogado negaram que a notícia veiculada pela revista IstoÉ, sobre acordo de delação premiada, seja verdadeira. Em nota oficial, ambos sustentam que não foram procurados pela referida reportagem e desconhecem a origem do conteúdo. De acordo com publicação semanal, divulgada nesta quinta-feira (3), o petista teria feito delação citando, inclusive, o nome do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e da atual chefe do Executivo, Dilma Rousseff, ambos do PT.

Mais cedo a assessoria de imprensa do parlamentar já havia reforçado que as informações não procediam. "Nem o senador Delcídio, nem sua defesa confirmam o conteúdo da matéria reportagem da Istoé. Não conhecemos a origem, tão pouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto", diz a nota.

A publicação da revista traz declarações creditadas ao senador. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (agora ex da pasta) e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, teria dito ele a Procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato.

Além disso, ainda conforme a matéria, as revelações do parlamentar tratam não apenas do chamado ‘Petrolão’, esquema de desvio de recursos da Petrobras, mas também do ‘Mensalão’, no qual políticos eram pagos pelo governo do ex-presidente Lula para aprovarem, no Congresso Nacional, projetos de interesse do Executivo.

Na reportagem a fonte citada são documentos comprovando a delação. O petista teria pedido que o acordo fosse mantido em sigilo por pelo menos seis meses, tempo suficiente para que ele pudesse se defender do pedido de cassação de mandato que está no Conselho de Ética no Senado e pode custar sua cadeira.

Mas o ministro Teori Zavascki, relator do processo no STF (Supremo Tribunal Federal) teria negado. Delcídio foi preso no dia 25 de novembro acusado de tentar obstruir investigação da Operação Lava Jato. A denúncia partiu do filho do ex-diretor da Petrobras também preso, Nestor Cerveró. O rapaz gravou conversa com Delcídio na qual ele oferecia R$ 50 mil à família para não ser citado durante delação premiada. Ao todo foram 86 dias encarcerado, incluindo natal, ano novo e aniversário.

No último dia 19, Delcídio saia do cárcere, mas Zavascki determinou o recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga, enquanto o senador estiver no exercício do mandato; comparecimento quinzenal em juízo, para informar e justificar suas atividades, com proibição de mudar de endereço sem autorização; obrigação de comparecimento a todos os atos do processo, sempre que intimado; e proibição de deixar o país.

Leia a nota do petista na íntegra:

Em respeito ao povo brasileiro e ao interesse público, o Senado Delcídio Amaral e a sua defesa vêm se manifestar sobre a matéria publicada na Revista IstoÉ na data de hoje. À partida, nem o Senador Delcídio, nem a sua defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora Bergamasco. Não conhecemos a origem, tampouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto. Esclarecemos que em momento algum, nem antes, nem depois da matéria, fomos contatados pela referida jornalista para nos manifestarmos sobre fidedignidade dos fatos relatados. Por fim, o Senador Delcídio Amaral reitera o seu respeito e o seu comprometimento com o Senado da República.

SENADOR DELCÍDIO AMARAL ANTONIO AUGUSTO FIGUEIREDO BASTO

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias