G1/LD
ImprimirO presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli, concedeu habeas corpus ao empresário Jorge Atherino, preso na 53ª fase da Operação Lava Jato.
Jorge Atherino é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como operador financeiro do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB).
Réu na Lava Jato, o empresário responde por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Na 53ª etapa da Lava Jato, deflagrada em setembro do ano passado, foram investigados crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude na licitação em favor da empreiteria Odebrecht na obra da PR-323, no noroeste do Paraná.
Em nota, o advogado Carlos Alberto Farracha – que defende Jorge Atherino – disse que vai seguir o trabalho de forma técnica e que acredita nas instituições, para que elucidem os fatos.
De acordo com a defesa, o empresário deve deixar a cadeia na manhã desta segunda-feira (14). Ele está preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba.
A decisão de Toffoli é de sábado (12).
53ª fase da Lava Jato
Conforme a denúncia do MPF, o Grupo Odebrecht fez, no primeiro semestre de 2014, um acordo ilícito com Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete de Beto Richa, para que a concorrência da licitação para duplicação da PR-323 fosse limitada.
Em contrapartida, a empreiteira pagaria R$ 4 milhões a Deonilson Roldo e ao seu grupo, ainda segundo a denúncia.
Deonilson Roldo também foi preso na 53ª fase da Lava Jato e segue detido, desde então. Ele é réu, respondendo pelos crimes de fraude a licitação, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Os procuradores do MPF afirmaram que lançamentos registrados no sistema de contabilidade informal da Odebrecht mostram o pagamento de pelo menos R$ 3,5 milhões em espécie.
À época da deflagração da 53ª etapa da Lava Jato, o procurador da República Diogo Castor Mattos disse que, mesmo após se tornarem réus, Deonilson Roldo e Jorge Atherino continuavam atuando em atividades suspeitas.
A 53ª fase da Lava Jato foi batizada de "Piloto" em referência ao codinome de Beto Richa na planilha da Odebrecht, de acordo com a força-tarefa. Na ocasião, o apartamento do ex-governador do Paraná foi alvo de mandados de busca e apreensão.
Além disso, foram autorizadas buscas no Palácio Iguaçu, sede do Governo do Paraná, para obter cópia de registros de entrada no edifício e nos gabinetes de investigados, como Deonilson Roldo e Beto Richa.