G1/LD
ImprimirO presidente da República, Michel Temer (MDB), disse nesta quinta-feira (30), no Rio de Janeiro, que os índices de criminalidade dos últimos meses da intervenção federal no estado foram "extraordinários".
"Registrei na minha fala (na reunião) a todos os setores que imaginava um período de seis meses de intervenção. Ela ultrapassa um pouco o período de seis meses, mas de atividade executória - porque os dois primeiros foram de organização - temos praticamente três, no máximo quatro. E nesses três ou quatro meses os índices de combate à criminalidade são extraordinários", disse o presidente.
A declaração foi dada em um evento em que foi discutido um balanço dos 6 meses da intervenção. Participaram do encontro o interventor federal, general Braga Netto, o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) e o prefeito Marcelo Crivella, além dos ministros da Justiça, Torquato Jardim; da Defesa, Joaquim Silva de Luna; o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen; e o ministro da secretaria de Governo, Carlos Marun. A reunião foi no Comando Militar do Leste (CML), região central do Rio.
Mais mortes, menos roubos
Entre os índices divulgados anteriormente pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), na comparação entre os meses de julho de 2017 e julho de 2018, destacam-se (veja os dados detalhados no fim da reportagem):
aumento de 105% das mortes em ações policiais;
aumento de 9% nos homicídios dolosos;
queda de 29% no roubo de veículos;
queda de 61% nos latrocínios;
queda de 19% no roubo de carga.
O número de tiroteios aumento 61%, segundo o aplicativo Fogo Cruzado.
Aprovação da intervenção
Temer disse que embora, em pesquisas de satisfação, a intervenção tenha perdido apoio é "extremamente favorável" por ainda ser bem vista por mais da metade da população.
"Sei que se diz, bom, o apoio à intervenção federal caiu de 74% para 66%, mas eu mesmo me indago qual setor da atividade pública que tem 66% de aprovação da popiulação? Ou seja, quando ultrapassa a margem dos 50% já é extremamente favorável".
O presidente da República também comemorou as apreensões de drogas.
"Nos últimos dias cresceu exponencialmente o número de prisões. Em segundo lugar, apreensão de cocaína e maconha cresceu substancialmente portanto dando resultado da intervenção. Estamos satisfeitíssimos por ter decretado essa intervenção parcial. Exemplo do Rio tem sido invocado por outros governos que pedem intervenção nessa área."
Na quarta-feira (29), o ministro da segurança pública, Raul Jungmann, disse que o Estado estará mais seguro quando a intervenção acabar do que quando começou.
Já o Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou, também neste mês, um balanço mostrando alguns índices de criminalidade de julho de 2018, comparados com julho do ano passado.
Confira alguns índices:
MORTES EM DECORRÊNCIA DE INTERVENÇÃO POLICIAL
-Julho de 2017 - 63
-Julho de 2018 - 129
-Variação: alta de 105%
HOMICÍDIOS DOLOSOS
-Julho de 2017 - 374
-Julho de 2018 - 408
-Variação: Alta de 9%
ROUBO DE VEÍCULOS
-Julho de 2017 - 4.951
-Julho de 2018 - 3.518
-Variação: Queda de 29%
LATROCÍNIO
-Julho de 2017 - 23
-Julho de 2018 - 9
-Variação: Queda de 61%
ROUBO DE CARGA
-Julho de 2017 - 908
-Julho de 2018 - 731
-Variação: Queda de 19%
ROUBO DE RUA
-Julho de 2017 - 12.587
-Julho de 2018 - 11.021
-Variação: Queda de 5%
Incogitável o fechamento de fronteiras
Temer também falou sobre a situação dos venezuelanos em Roraima. Ele disse que o fechamento de fronteiras é "incogitável" e disse que uma possível entrega de senhas seria para diferenciar os imigrantes que só estão no Brasil para fazer compras e aqueles que dependem de atendimento humanitário, como vacinas ou outras ajudas.
"Evidentemente, quando li a preocupação de que a minha fala poderia significar fechamento de fronteiras - vou pedir licença para dizer - é porque as pessoas não sabem ler ou não querem ler. Bastaria pegar afirmações minhas, quando disse que fechamento de fronteira é incogitável. Houve até medida judicial e minha advogada geral da união está trabalhando exata e precisamente para que seja cumprida pela legislação federal ou por tratados internacionais que eu mesmo assinei, quando fui abrirs otrabalhos da ONU, seria incogitável o fechamento de fronteiras. Não há isto, não haverá isto."