Gerson Camarotti
Imprimirntegrantes da cúpula do PSDB respiraram aliviados com a decisão da ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou que o inquérito que investiga o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin seja enviado à Justiça Eleitoral do estado.
Isso porque o caixa dois é considerado um crime eleitoral, e, portanto, de gravidade menor do que o crime de corrupção.
Mesmo assim, tucanos reconhecem que o desdobramento do caso na primeira instância terá desgaste político para Alckmin e será explorado na sucessão presidencial.
Alckmin deixou de ter o foro privilegiado do STJ ao renunciar recentemente o cargo de governador e por isso o seu caso passou para a primeira instância.
“Mesmo com a investigação na Justiça Eleitoral, haverá uma grande exploração política do caso na campanha presidencial”, reconheceu um integrante da Executiva do PSDB.
O inquérito foi aberto após a delação da Odebrecht. Delatores disseram que a construtora teria repassado mais de R$ 10 milhões para campanhas de Alckmin ao governo paulista em 2010 e 2014, e que as quantias não teriam sido declaradas na prestação de contas. Ainda segundo delatores, um cunhado do governador teria recebido, pessoalmente, parte desses valores.
O tucano foi oficializado como pré-candidato da legenda à Presidência da República após reunião da executiva nacional do partido em março.