\n \n O\n candidato a vereador nas eleições de outubro em qualquer um dos 5.565\n municípios brasileiros poderá dispensar o preparo técnico, político ou\n administrativo. Se eleito, poderá deixar-se tomar pela preguiça. Bastará dispor\n de R$ 19,90 para comprar pacotes de projetos de lei pela internet e os\n apresentar nos Legislativos municipais como sendo seus.\n \n Pelo\n menos três endereços virtuais da rede mundial de computadores oferecem para as\n próximas eleições serviços especiais aos candidatos, com promessas de trabalho\n personalizado e até discursos exclusivos.\n \n Os\n temas em pauta vão do esporte à educação, do meio ambiente ao lazer, da\n proteção ao idoso à proteção à mulher. O serviço a R$ 19,90 é de propriedade do\n mineiro Manoel Amaral, no endereço http://www.casadosmunicipios.com.br.\n \n Há\n ainda mais opções disponíveis. Pela internet, o candidato poderá receber um\n curso sobre lei orçamentária, autorização para a instalação de postos de combustíveis,\n criação de unidades fiscalizadoras municipais, plano de carreira de servidores,\n curso para dar estabilidade a servidores. \n \n Do ramo\n \n Outro\n dono dos serviços oferecidos aos candidatos a vereador é o ex-vereador José\n Gilberto de Souza, de Campo Mourão, no Paraná. Os preços são mais salgados. Ele\n oferece pacotes com cerca de 1,5 mil projetos de lei. O menor, com dez\n projetos, custa R$ 200. O maior, com 100, sai por R$ 1,2 mil.\n \n Souza\n disse que "cada um escolhe o projeto conforme o seu perfil. Eu faço as\n adaptações de acordo com o tamanho da cidade e região. Isso tudo, segundo ele,\n para evitar que os projetos de vários vereadores em cidades diferentes sejam\n exatamente iguais.\n \n Para falar direito\n \n O jornalista Roberto Rech, dono do\n portal www.assessoriapolitica.com, do Rio Grande do Sul,\n oferece aos candidatos kits de atuação política, cursos para falar bem diante\n do público, discursos prontos e até assessoria de imprensa. Mas se recusa a\n vender projetos. “Isso é picaretagem. Eu não faço projetos. Se alguém me\n procura, o oriento sobre o que deve fazer”, disse. \n \n