Sexta-Feira, 4 de Julho de 2025
Tecnologia
03/07/2025 10:07:00
Após 47 anos, esfirraria se rende ao cartão de crédito em Campo Grande
Já tá sabendo? "Cada passada de cartão, uma lágrima", brinca um dos donos

MMN/PCS

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Foto: Divulgação

Foram 42 anos para a tradicional esfirraria do Centro de Campo Grande se render aos pagamentos digitais. Desde 2020, a Thomaz Lanches, localizada na Rua Sete de Setembro, esquina com a Rui Barbosa, já aceita transações no débito e no Pix, após mais de quatro décadas recebendo apenas dinheiro físico dos clientes.

Mas, recentemente, o estabelecimento passou a adotar uma nova modalidade de pagamento até então recusada: o cartão de crédito. Pouco tempo atrás, uma plaquinha na área do caixa ainda informava à clientela: “não aceitamos cartão de crédito”. Contudo, depois de 47 anos de funcionamento, a norma da salgaderia árabe caiu por terra e o aviso foi retirado.

Conforme um dos herdeiros da esfirraria, José Thomaz Filho, o Zezo, a resistência à adesão por quase cinco décadas não se deu por receio e, desde a pandemia do coronavírus, a família dona do negócio começou a se render à modernidade, sendo a aceitação do pagamento por crédito o último passo até então.

Segundo Zezo, filho de Thomaz, o fundador da lanchonete, a recusa pelos pagamentos digitais não tinha fortes razões. “Era pela simplicidade, sempre fomos muito simples. Não era uma coisa de ‘não vamos receber cartão por medo’, mas sim uma formalidade mesmo”, afirma ao Jornal Midiamax.

“Na pandemia não tinha banco, nada funcionando. Então de casa já liguei para o banco e providenciei essas novas modalidades. Eu brincava muito quando alguém descobria e falava ‘tá passando cartão?’, respondendo que ‘cada passada, uma lágrima'”, recorda, aos risos.

Apesar das mudanças, maior tradição persiste há quase 50 anos

Ainda de acordo com Zezo, a modernização fez bem ao negócio. “No fundo foi bom, porque você formaliza. A partir do momento que aderimos, 95% das vendas migraram para o cartão. O dinheiro praticamente desapareceu”, relata.

Questionado se sofreu algum prejuízo, o empresário responde. “Ao contrário, você agrega um número maior de clientes. Muitas vezes as pessoas não vinham porque não passava cartão. Pra nós, foi excelente”, declara ele.

Apesar das mudanças gradativas em relação às formas de pagamento, a lanchonete não abriu mãe de sua maior tradição, persistente a quase 50 anos e que a diferencia de todos os outros estabelecimentos de Campo Grande: a confiança no cliente.

Por lá, não há comandas. Ninguém anota os pedidos. O cliente chega, escolhe o que vai comer e informa ao caixa no ato do pagamento tudo o que consumiu. A ausência de protocolos, além do sabor, é claro, segue impressionando não apenas aos campo-grandenses, mas também a quem vem de fora e conhece o modus operandi do local.

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