Terça-Feira, 8 de Julho de 2025
Tecnologia
08/07/2025 09:39:00
Como não ser enganado por vídeo realista feito com IA; veja 11 dicas

UOL/PCS

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Até o Veo 3, já era difícil identificar um vídeo produzido por inteligência artificial. Com a ferramenta de criação de vídeos ultrarrealistas do Google, a situação foi catapultada para outro patamar.

O novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, se debruça sobre as formas de detectar vídeos sintéticos, mas Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz, os apresentadores do programa, já adiantam: a tarefa não é fácil -e, dado o avanço acelerado da qualidade das produções das IAs, as dicas trazidas têm efetividade cada vez mais efêmera.

O próprio Google, dono da ferramenta, criou um sistema para rotular o material feito por IA. A empresa se uniu à C2PA, uma coalizão de empresas de tecnologia unidas para elaborar uma forma de verificar mídias e garantir a autenticidade de materiais que circulam na internet.

A C2PA vai criar como se fosse um metadado indicando que foi feito por IA, mas o metadado é facilmente editável. Já o Google está trabalhando com uma tecnologia chamada Synth ID, que é justamente uma marca d'água nos conteúdos de IA criados pelas plataformas do Google para que ele seja depois identificado

Diogo Cortiz

A "marca d'água" não é aplicada sobre a imagem, mas, sim, incluída nas informações ocultas da imagem para facilitar que os algoritmos das plataformas online reconheçam aquela como criação de IA.

Dicas para reconhecer uma imagem feita por IA

Deu Tilt reuniu 11 dicas de como identificar se um vídeo foi feito por IA. Alguns detalhes são mais fáceis de notar, mas outros exigem um olhar mais apurado do espectador. Do mais básico ao mais complexo, um vídeo é provavelmente feito por IA se:

Cenas forem improváveis ou impossíveis de acontecer -exemplo: um canguru segurando uma passagem e sendo impedido de embarcar no avião; um astronauta caindo numa poça de lama na Lua);

Os lábios das pessoas no vídeo não estiverem totalmente sincronizados com os sons produzidos;

Palavras exibidas no vídeo não fizerem sentido em idioma algum ou forem escritas com letras que se sobrepõem;

Micro expressões faciais desajustadas ao enredo -exemplo: uma pessoa sorrindo quando o assunto do vídeo não é engraçado;

Movimento contorcionista das mãos. Desde que se popularizaram, as IAs generativas têm dificuldade de representar mãos humanas de maneira correta; no começo, acrescentavam dedos; agora, durante movimentos, mostram mãos contorcidas, como se os dedos estivessem quebrados;

A textura da pele for muito uniforme e artificial. A IA tende a uniformizar demais a textura da pele das pessoas, quase como se fossem personagens da Pixar.

Os objetos apresentarem bordas borradas. Não é efeito bouquet ou modo retrato do iPhone, mas, quando objetos aparecendo nos bastidores, a IA acaba dedicando menos energia para elaborá-los com grande nível de detalhamento;

Objetos aparecendo do nada. Em cenas de movimento, a IA pode incluir objetos relevantes para dar corpo à narrativa e ausentes durante o início do vídeo;

Inconsistências lógicas surgirem -exemplo: pessoas de costas para o espelho, que mostra a parte da frente de seus corpos (barriga, peito, parte frontal da coxa) em vez de refletir a parte de trás (bumbum, panturrilha e costas);

Os objetos interagirem de forma inconsistente com a luz;

As imagens desafiarem as leis da física.

O que eu tenho para dizer não é muito confortável: essas dicas duram cinco minutos porque esses modelos estão avançando tão rápido que daqui a pouco alguns desses elementos serão facilmente feitos com muita agilidade e com grau de realismo muito profundo"

Helton Simões Gomes

Vídeos realistas não são baratos

As produções do Veo 3 são mais um prego no caixão do "ver para crer", pontua Cortiz. Para o pesquisador, a lógica vai ser invertida no futuro: em vez de marcar conteúdos feitos por IA, pode surgir um método para autenticar as produções feitas sem essa tecnologia.

Essa realidade, porém, pode estar distante. Ao menos, se depender do custo para produzir vídeos ultrarrealistas com IA. O pacote AI Ultra do Google Veo 3, que permite a produção desses vídeos, custa R$ 1.209 por mês e dá aos usuários 12.500 créditos -é com esses créditos que a mágica da IA é acionada.

Como são consumidos 150 créditos por geração, cada vídeo de 8 segundos sai por R$ 14,50 em média.

Como no Brasil o salário mínimo é R$ 1.514, esse valor paga 132 vídeos feitos no Veo 3

Helton Simões Gomes

Para produtores profissionais de conteúdo, o custo benefício diminui bastante o valor de produções milionárias. Mas, para quem quer apenas criar vídeos engraçadinhos para a internet, o meme vale a pena?

Google, Microsoft e IBM aceleram corrida da computação quântica

O futuro quântico pode estar mais próximo do que se imaginava — mas ainda há um longo caminho até o uso cotidiano.

A Unesco elegeu 2025 como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica para homenagear os nomes que lançaram as bases da física quântica. Se, há cem anos, Max Planck, Niels Bohr e Werner Heisenberg fizeram história, agora empresas multibilionárias veem ficar muito próximas do dia a dia as promessas dessas teses na computação sugeridas por Richard Feynman.

O novo episódio do Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, conta como Google, Microsoft e IBM anunciaram neste ano novidades que dão contornos ainda mais palpáveis ao que antes eram apenas ideias teóricas.

SEO está com os dias contados? Começa era dos posts feitos só para a IA ler

A maneira como os usuários buscam informações na internet está mudando. E rápido. Ferramentas como o ChatGPT vêm ganhando espaço como alternativa ao, até então, quase onipresente Google. Essa mudança atinge em cheio uma ferramenta conhecida do marketing digital: o SEO, a otimização de conteúdos para motores de busca.

Se as pessoas estão recorrendo cada vez mais a chatbots para pesquisar online, as empresas estão se mexendo para influenciar ferramentas de inteligência artificial a usarem posts elogiosos a elas na hora de responder perguntas das pessoas. É isso o que mostra o novo episódio do Deu Tilt, podcast do UOL para humanos por trás das máquinas.

O cenário é tão novo que não existe, por enquanto, nem uma forma de nomear o sucessor do SEO. Há três concorrentes: GEO (otimização para motores generativos), AEO (otimização para motores de respostas) e AIO (otimização para inteligência artificial).

Vai dar match? Tem gente usando o ChatGPT para turbinar os flertes no Tinder

Depois de responder e-mails e turbinar comentários no LinkedIn, a inteligência artificial agora está ajudando corações solitários a se darem bem no Tinder.

Segundo o estudo "Solteiros na América", realizado pela Match Group (dona do Tinder) em parceria com o Kinsey Institute, 26% dos solteiros entrevistados afirmaram usar IA em suas investidas amorosas online. Pode parecer pouco, mas representa um salto de 333% em relação ao ano anterior.

As pessoas estão delegando para o ChatGPT a forma como elas vão se vender para o crush e como elas vão decidir ou não por sair com essa pessoa ou outra

Helton Simões Gomes

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