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ImprimirBasta ter uma rede social para ser "vigiado" de alguma forma. Você já deve ter passado pela situação de buscar algum produto para comprar em um site de busca e, segundos depois, anúncios do mesmo item apareceram em seu feed de notícias. Ou seja: se você navega na internet, dificilmente consegue "fugir" do monitoramento.
E, nos últimos dias, a falta privacidade no mundo online sofreu ameaças de ficar ainda pior com as novas regras do WhatsApp. Segundo a empresa, uma atualização nos termos de uso permitirá que a companhia compartilhe com outras empresas dados pessoais dos usuários, como fotografias, o número de IP (identificação digital do aparelho), o número de telefone, entre outros.
O aplicativo notificou sobre a nova atualização no início de janeiro e informou que apenas aqueles que aceitarem as mudanças poderão continuar usando a ferramenta. Após esse anúncio, muitos usuários têm buscado outros aplicativos de compartilhamento de mensagens que consideram mais seguros.
Além disso, juristas reforçam que essas regras estão em desacordo com a nova legislação (Lei Geral de Proteção de Dados). O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e a Secretaria Nacional do Consumidor anunciaram que vão tentar combater as mudanças e contornar essas novas regras.
Depois de toda polêmica causada, o Facebook, proprietário do WhatsApp, adiou o início da vigência dos novos termos, de 8 de fevereiro passou para maio, um sinal de que talvez esteja cogitando rever essa decisão. O WhatsApp, disponível em mais de 180 países e em 60 idiomas diferentes, é, hoje em dia, o aplicativo mais popular do mundo e conta com mais de 2 bilhões de usuários.
Mas, não é de hoje que facilidades oferecidas por redes sociais e aplicativos para smartphones escondem o risco do uso indevido de dados pessoais.
Você já parou para pensar quais dados os aplicativos coletam de seu celular? E mais: o que é feito com eles? Porque quase ninguém lê os termos de uso dos aplicativos, simplesmente aceita para poder usá-los. Por isso, todo cuidado é pouco para fornecer informações pessoais.
Vazamento de dados
Outro anúncio que causou espanto nos últimos dias foi o vazamento em um banco de dados que expôs informações pessoais de 220 milhões de pessoas (incluindo falecidos).
Segundo o dfndr lab, laboratório de pesquisa de segurança da PSafe, foram expostos nomes completos, datas de nascimento, CPFs, além de dados de milhões de veículos e de empresas. Os dados de veículos, por exemplo, podem ser usados para diversos tipos de crimes, que vão desde clonagem de chassi, do documentos do carro até envio de multas falsas ao proprietário. A Psafe afirmou que ainda está investigando como essas informações foram obtidas e aconselha as pessoas a tomarem muito cuidado com golpes.
Proteja sua privacidade
Infelizmente, no caso do vazamento de dados que ocorreu, não há muito o que fazer, além de ficar atento aos extratos bancários, emails ou ligações suspeitas.
Mas, quanto aos seus dados, há muito a ser feito. Para orientar sobre a utilização de informações pessoais e proteger os cidadãos do uso indevido delas e de exposições, foi criada a Lei Geral de Proteção de Dados, a chamada LGPD.
Porque, passar o número do CPF hoje em dia se tornou mais comum que passar o número de telefone. E, assim, o roubo, a clonagem e o uso indevido de números de CPFs têm se tornado frequente.
De acordo com a PSafe, com esse tipo de dado em mãos, os criminosos podem gerar grandes prejuízos financeiros às vítimas a partir de compras de produtos, solicitações de cartões de crédito, entradas em financiamentos, entre outras coisas que podem fazer com que o nome dessas pessoas fique negativado, passando a constar na lista do Serasa e SPC.
Por isso, é importante usar o bom senso e avaliar o que pode ser compartilhado com empresas, aplicativos ou com outras pessoas. E também se proteger - o máximo que podemos - do monitoramento constante e indevido. A privacidade é nossa e nós escolhemos se queremos, ou não, compartilhá-la.