Quarta-Feira, 2 de Abril de 2025
Veículos
08/03/2025 10:41:00
Carros mudaram, e você está segurando o volante do jeito errado

UOL/PCS

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Durante muito tempo, as aulas práticas de direção ensinavam que a forma certa de segurar o volante era um dos famosos métodos '10 e 2' ou '9 e 3' (também chamados de 10h10 e 9h15, respectivamente). Essa técnica, entretanto, vem sendo atualizada devido a novas tecnologias, e especialistas já sugerem uma outra forma de dirigir.

A NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration), agência dos Estados Unidos responsável pela segurança rodoviária, agora adota uma nova indicação: imaginando que o volante é um relógio, a mão esquerda fica na posição de 7 ou 8 horas, enquanto a mão direita vai sobre os números 4 e 5.

Segundo o órgão, esse ajuste foi necessário devido aos airbags, hoje onipresentes na frota automotiva e obrigatórios há mais de uma década no Brasil. Em veículos menores, com volantes pequenos, as posições de mãos ao volante tradicionalmente utilizadas podem causar lesões ao motorista, explica

Indo além, o manual do NHTSA instrui que, antes de fazer uma curva à esquerda, o motorista deve girar o volante com a mão direita, enquanto a esquerda desliza parada e envolvendo a circunferência do volante. Caso um ajuste na manobra seja necessário, é justamente a mão esquerda quem fará isso. Nesse caso, a direita inverte os papéis e, fechada ao redor do volante, permanece fixa na posição de 7 ou 8 horas.

"Já que as mãos nunca cruzam o volante, em caso de acidentes há menos chance de lesões no rosto e outras partes do corpo causadas pelo impacto do airbag nas mãos e braços", diz a cartilha.

O cruzamento de braços, porém, é aceitável em manobras a baixas velocidades: para uma curva à esquerda, uma vez que a mão direita ultrapassar a marca de 12h, o condutor deve repousar a mão esquerda sobre essa posição, deixando o volante deslizar.

Quando os braços estiverem cruzados a ponto de comprometer o movimento, basta retornar a mão direita para a região de 8h, completando a manobra junto à canhota, que permanece no topo do volante.

Segundo o NHTSA, quando é necessário que o motorista utilize só uma mão para dirigir, essa deve permanecer na posição original. O único cenário em que a mão única deve ficar no topo do volante é quando for preciso realizar uma curva com o carro em marcha à ré.

Airbags: necessários mas violentos

Segundo o próprio NHTSA, cerca de 7 mil mortes são evitadas anualmente nos Estados Unidos devido aos airbags. Entretanto, a velocidade de expansão da bolsa de ar supera os 300 km/h, e o impacto contra o ocupante pode causar lesões diversas.

A sorte é que os machucados não passam de arranhões ou dores leves em 96% dos casos. Mas, segundo um estudo liderado por médicos da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, as lesões graves são, principalmente, causadas por mau posicionamento das mãos.

Em um dos casos relatados nessa pesquisa, uma jovem sofreu uma colisão a baixa velocidade, mas apoiou os braços no painel logo antes de o airbag ser ativado. A posição inadequada causou fratura exposta no polegar direito.

Outro incidente relatado é de uma motorista que sofreu uma colisão enquanto segurava o volante na posição 10h10. Sua lesão foi mais leve, mas os médicos constataram uma fratura cominutiva, em que o osso é quebrado em vários pedaços pequenos. Dois anos e meio após o acidente, relata-se, a paciente ainda sofria de dores crônicas.

"O principal fator de predisposição para lesões parece ser a posição das mãos durante o acionamento do airbag; particularmente no caso do localizado no volante", concluíram os estudiosos.

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