Terra/PCS
ImprimirMarco Wilians Herbas Camacho, 55, o Marcola, apontado pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), como o líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital), passará amanhã o 25º Natal consecutivo atrás das grades.
Condenado a 300 anos de prisão, ele está recolhido na Penitenciária Federal de Brasília. A unidade abriga a cúpula da maior organização criminosa do país e também integrantes da máfia italiana Ndrangheta, como Patrik Assisi e o pai dele, Nicola Assisi.
Marcola foi encarcerado definitivamente em 19 de julho de 1999, quando policiais civis o capturaram na capital paulista. Ele havia fugido de uma prisão de Cuiabá, no Mato Grosso, onde ficou confinado dois meses sob a acusação de ter roubado um banco com outros comparsas na região.
No Natal de 1999, estava preso no CRP (Centro de Reabilitação Penitenciária de Taubaté), no Vale do Paraíba, berço do PCC, criado naquela unidade em 31 de agosto de 1993. Em 2000, após participar de rebelião sangrenta, foi transferido para a Penitenciária do Estado, no Carandiru, zona norte paulistana.
Em 2001, o governo de São Paulo o transferiu para a Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal. Em 2002, retornou para São Paulo e passou o Natal na Penitenciária de Araraquara. No ano seguinte acompanhou as festas natalinas no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes.
O Natal de 2004 foi novamente na Penitenciária de Araraquara. Acusado por tentativa de fuga, Marcola foi outra vez removido para cumprir castigo no CRP de Bernardes. Ficou lá até setembro de 2005, mas no Natal estava na Penitenciária 1 de Presidente Bernardes, no mesmo complexo.
Em 2006, as autoridades o acusaram de liderar os ataques de Maio que paralisaram São Paulo e novamente foi transferido para cumprir castigo no CRP de Bernardes. No período de 2007 a 2018, Marcola ficou na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.
Mais um ano em prisão federal
Desde fevereiro de 2019, o número 1 do PCC está recolhido em presídio federal. O advogado Bruno Ferullo, defensor de Marcola, vem travando batalhas judiciais para tentar o retorno do cliente para uma prisão de São Paulo. O MP-SP já pediu a prorrogação da internação dele por mais um ano em unidade federal. Continua após a publicidade
Além de Marcola e dos mafiosos italianos, a Penitenciária Federal de Brasília abriga outros presidiários apontados como integrantes da cúpula do PCC. Lá estão confinados o irmão dele, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior; Roberto Soriano, o Tiriça; Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka; e Cláudio Barbará da Silva, o Barbará.
Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, apontado como braço direito de Marcola, foi transferido este mês para o presídio de Brasília. Na unidade, o banho de sol é de apenas duas horas. Os prisioneiros ficam isolados em cela individual durante 22 horas, todos os dias, sem direito a rádio, TV, jornais e revistas. A visita é semanal e não há contato físico.
As autoridades carcerárias federais evitam ao máximo deixar a cúpula do PCC no mesmo horário do banho de sol. O receio é de que os presidiários possam conversar em código para traçar planos de fugas, resgates e ataques a agentes públicos.
No Natal deste ano, dificilmente Marcola ficará no mesmo pátio junto com Fuminho, o irmão dele e outros comparsas com quem cumpriu pena durante anos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, antes de ser removido para unidade federal.