CE/PCS
ImprimirEm Mato Grosso do Sul, a dengue já fez 40 vítimas, e ao longo do ano de 2023 foram mais de 40 mil pessoas que contraíram a doença. Preocupados com a situação, o Ministério da Saúde colocou a região Centro-Oeste em alerta para possibilidade de uma nova epidemia em 2024
Durante uma coletiva na tarde de hoje (8), o Ministério da Saúde relatou que a tendência da doença é crescer no país, e que deve investir R$256 milhões no fortalecimento da vigilância das arboviroses no Brasil. “Combate ao Mosquito: para fazer diferente, precisamos agir antes”, relatou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Os estados que causam maior preocupação são: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná.
Mosquito
Dados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) indicam que 1.506 de um total de 4.976 municípios analisados têm classificação de alerta para infestação do mosquito – o equivalente a 30,2%. Além disso, 189 municípios ou 3,7% têm classificação ainda mais alta de risco. O restante (3.281 ou 65,9%) obteve classificação satisfatória.
Os números mostram também que, em 2023, 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados e canos, por exemplo).
Ainda de acordo com o levantamento, depósitos de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço, cacimba, cisterna) aparecem como segundo maior foco de procriação dos mosquitos, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo respondem por 3,2%.
A pesquisa é realizada pela amostragem de imóveis e criadouros com água positiva para larvas de Aedes aegypti no âmbito municipal. Os estados consolidam os dados dos municípios e encaminham ao ministério.
Mudanças climáticas
A projeção do aumento de casos da doença no próximo verão se deve a fatores como a combinação entre calor e chuva intensos - possíveis efeitos do El Niño - conforme aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). E, ainda, ao ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil.
“O ano de 2023 foi realmente diferente. Tivemos essas mudanças ocasionadas pelo fenômeno do El Niño. E, depois de muito tempo, encontramos os quatro sorotipos (1, 2, 3 e 4) circulando ao mesmo tempo no Brasil, uma situação bem incomum”, observou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, na coletiva.
Com as mudanças climáticas, altas temperaturas e períodos chuvosos, a expectativa é que o número de criadouros aumente. Por esse motivo, é preciso o empenho da sociedade para eliminar os criadouros e evitar água parada. As medidas são simples e podem ser implementadas na rotina. O ministério sugere que a população faça uma inspeção em casa pelo menos uma vez por semana.
Para garantir a proteção contra o mosquito vetor das arboviroses, o Ministério da Saúde encaminha um biolarvicida aos estados e municípios, de acordo com a situação epidemiológica local e com a demanda. O produto representa uma alternativa eficiente no controle das larvas dos mosquitos, com baixo impacto ambiental. Para o período 2024 e 2025, a pasta adquiriu 110 mil quilos de larvicida e adulticida; 300 mil litros de adulticida para UBV – Cielo; 1.770 unidades de pulverizador manual/elétrico; 1.770 nebulizadores costal motorizado; e 852.487 unidades de repelentes para proteção de gestantes.
Criadouros do mosquito
A pasta também apresentou, durante a entrevista, os resultados do 3º Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e do Levantamento de Índice Amostral (LIA) em 2023. Os números indicaram que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos, etc.).
O levantamento aponta que depósitos de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço/cacimba) aparecem como segundo maior foco de procriação dos vetores, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%.
A pesquisa é realizada pela amostragem de imóveis e criadouros com água positiva para larvas de Aedes aegypti no âmbito municipal. Os estados consolidam os dados dos seus municípios e encaminham para a pasta.
**Colaborou Agência Brasil *