Da redação/PCS
ImprimirCampo Grande sediou nesta quinta-feira (28/9) o I Seminário Nacional de Memória e Preservação do Patrimônio Ferroviário, que reúne no prédio da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil pesquisadores, gestores públicos e entidades ligadas à conservação, para discutir a normatização e preservação física e cultural da ferrovia que liga Bauru (SP) a Corumbá (MS), com ramal a Ponta Porã (MS).
Presente na abertura do evento, o deputado estadual Junior Mochi, presidente da Assembleia Legislativa destacou a importância de se preservar todo o complexo que cruza o Estado. “Ao resgatar e valorizar todos esses espaços nos apropriamos da nossa história e conseguimos melhorar o presente e projetar um bom futuro. Afinal, muitas cidades surgiram ao longo da ferrovia, que movimentou o turismo, a economia e faz parte do que é Mato Grosso do Sul. Eu lembro como era bom ir aos carnavais de Corumbá de trem. Saíamos a noite e acordávamos no meio do Pantanal”, relatou o presidente Mochi.
Em nome do Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a superintendente em Mato Grosso do Sul, Maria Clara Scardini, comemorou a realização de um evento que reúne entidades de âmbito nacional, estadual e municipal. “Discutir para pensarmos juntos nas possibilidades é nosso foco, assim como despertar nas pessoas o olhar da importância da preservação, não só da estrutura, mas também da memória e dos aspectos econômicos e históricos”, discursou.
Na ocasião foi assinado o termo de contratualização com a arquiteta Tatiane Sangali, vencedora de processo licitatório do Iphan em parceria com a Fundação de Cultura do Estado, para projetar a recuperação da antiga rotunda, em Campo Grande. Antonio Marques da Silva, trabalhador da ferrovia por 30 anos, comemorou. “Sinto muita falta desse lugar movimentado. Fui de tudo um pouco e nem acredito que o trem foi desativado”, disse.
O presidente da Associação dos Ferroviários, Valdemir Vieira, concordou e contou como era quando cuidava da bilheteria. “Eram mais de 1.800 pessoas por dia que embarcavam. Saíam cinco trens, dois para Bauru, dois para o Pantanal e 1 para Ponta Porã. São 1.600 quilômetros de malha e há 21 anos vemos isso se deteriorar. Estamos esperançosos com esse seminário, pois dos 3.100 patrimônios listados ao longo da ferrovia, cerca de 30% já foi destruído”, destacou.