Segundo o MPF-MS, os réus respondem por homicídio qualificado e por outros crimes relacionados à tentativa de expulsão dos indígenas do acampamento Guaiviry, localizado em Aral Moreira, distante 402 km de Campo Grande, região sul do estado.
Imagem de novembro de 2011 mostra viatura da Força Nacional no acampamento indígena Guaiviry, em Aral Moreira, região sul do estado (Foto: Tatiane Queiroz)
\n \n O\n Ministério Público Federal em\n Mato Grosso do Sul (MPF-MS) denunciou 19 pessoas pela morte\n do cacique guarani-kaiowá Nísio Gomes, de 55 anos. A denúncia foi feita em\n agosto e divulgada pelo órgão nesta segunda-feira (26). Até o mês de novembro,\n o processo correu em segredo de justiça.\n \n Segundo\n o MPF-MS, os réus respondem por homicídio qualificado e por outros crimes\n relacionados à tentativa de expulsão dos indígenas do acampamento Guaiviry,\n localizado em Aral\n Moreira, distante 402 km de Campo Grande, região sul do estado.\n \n Entre\n os réus estão fazendeiros, advogados e um secretário municipal, além de um\n proprietário e funcionários de uma empresa de segurança privada. Segundo o\n MPF-MS, sete deles continuam presos.\n \n Dos\n 19 acusados, três respondem por homicídio qualificado, lesão corporal,\n ocultação de cadáver, porte ilegal de arma de fogo e corrupção de testemunha;\n quatro por homicídio qualificado, lesão corporal, ocultação de cadáver, porte\n ilegal de arma de fogo; e 12, por homicídio qualificado, lesão corporal,\n formação de quadrilha ou bando armado e porte ilegal de arma de fogo.\n \n A\n morte do cacique Nísio Gomes ocorreu durante um ataque ao acampamento Guaiviry,\n no dia 18 de novembro de 2011.nbsp; Além dele, o indígena Jhonaton Velasques\n Gomes foi ferido. Os acusados utilizaram ao menos seis armas de fogo calibre 12\n na ação.\n \n A\n denúncia do MPF, descreve que o crime repercutiu internacionalmente e colocou\n em foco o ambiente onde imperam o preconceito, a discriminação, a violência e\n o constante desrespeito aos direitos fundamentais dos cerca de 44 mil índios\n guarani-kaiowá e guarani-ñandeva que vivem em Mato Grosso do Sul.\n \n Corpo não encontrado
\n O corpo do cacique Nísio Gomes até hoje não foi localizado, mesmo com a\n realização de buscas pela região e até em território paraguaio. Mesmo sem\n encontrar os restos mortais, o MPF diz que há provas e indícios suficientes do\n homicídio qualificado.\n \n Além\n das declarações dos acusados e depoimentos de testemunhas, um laudo pericial\n apontou a existência de vestígios de sangue em fragmentos de madeira e na terra\n do interior da trilha do Tekoha Guaiviry. Um exame de DNA confirmou ser que o\n sangue era do perfil genético de indivíduo do sexo masculino, geneticamente\n relacionado à mãe e aos filhos de Nísio Gomes. \n \n \n \n \n