A Polícia Cientifica com apoio da Polícia Civil de Coxim, realizou no final da tarde desta quarta-feira (29), uma perícia complementar com luminol, para analisar a dinâmica dos fatos que aconteceram dentro da casa onde o trabalhador rural Alcides Ribeiro da Luz, de 57 anos, foi assassinado a facadas pela esposa, a cozinheira Maria José Fernandes da Silva, de 56 anos. O crime ocorreu no dia 19 de outubro na rua Carlos Drumond de Andrade, número 5, no residencial 1º de Maio, em Coxim.
Peritos do IALF (Instituto de Analises Laboratoriais Forense) de Campo Grande estiveram no local verificando onde havia vestígios de sangue dentro e fora do imóvel e coletando amostras com swab. Para o procedimento, os policiais usaram o luminol, uma substância química que detecta a presença de sangue mesmo quando a cena do crime tenha sido limpa, como foi o caso.
Também trabalharam no local peritos do Núcleo Regional de Perícias de Coxim, policiais e investigadores da 1° Delegacia de Polícia Civil, o delegado Gustavo Mussi e a delegada titular Silvia Elaine Girardi dos Santos Menck.
Segundo a delegada, como a casa foi lavada após o esfaqueamento, o uso do luminol pode mostrar o local exato onde a autora cometeu o crime, apontando se a vítima estava sentada ou deitada, além de ajudar na reprodução simulada dos fatos, dependendo do que os vestígios indicarem. A reprodução simulada ainda não tem data marcada para acontecer.
Ainda segundo a delegada, de acordo com o que foi revelado durante a perícia desta tarde, será necessário uma oitiva complementar com as primeiras pessoas que chegaram no local do crime, como bombeiros e policiais militares.
Entenda o caso
O trabalhador rural Alcides Ribeiro da Luz, de 57 anos, morreu na tarde deste domingo (19) depois de ser esfaqueado próximo ao coração.
Quando a polícia chegou no local a esposa dele, a cozinheira Maria José Fernandes da Silva, de 56 anos, disse que o marido voltou para casa alcoolizado e quando ela entrou no quarto para dar água a ele, o encontrou ferido e acionou o Corpo de Bombeiros.
O trabalhador rural chegou a ser socorrido, mas não resistiu à facada próxima ao coração e morreu ao dar entrada no Hospital Regional Álvaro Fontoura, em Coxim.
A versão de Maria José não convenceu os investigadores e a delegada. Além de os policiais não encontrarem pingos de sangue no suposto trajeto de Silva até o interior do imóvel, testemunhas também disseram que ele não havia saído de casa durante o domingo.
Durante uma revista no imóvel, os policiais verificaram que o piso da casa havia sido lavado minutos antes e encontraram no lixo a roupa de Silva e um lençol, ambos lavados. Uma faca, compatível com o ferimento, que havia sido raspada com casca de coco também foi localizada na casa. Já do lado de fora, os policiais encontraram um colchão sujo de sangue onde a vítima teria deitado.
Diante das evidências, Maria José acabou confessando o crime e disse que esfaqueou o marido depois que ele ofendeu sua filha e ela, e aproveitou o momento que ele estava sentado em uma cadeira de fio para golpeá-lo. Apesar de o local ter sido lavado, os policiais encontraram pingos de sangue na cadeira.
Durante o exame necroscópico também foram verificadas cortes nas mãos da vítima, o que mostra que ele ainda tentou se defender dos golpes.
Testemunhas disseram à polícia que, tanto Silva quando Maria José ingeriam bebida alcoólica e as brigas entre o casal eram constantes. Eles estavam juntos há três anos.
Após ser ouvida na Delegacia de Polícia Civil, Maria José foi indiciada por homicídio doloso e em seguida encaminhada para o Estabelecimento Penal Feminino de São Gabriel do Oeste, onde permanece à disposição da Justiça.