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ImprimirA juíza Mariel Cavalin dos Santos, da 16ª Vara Cível de Campo Grande, mandou o deputado estadual Maurício Picarelli (PSDB) quitar uma dívida no valor de R$ 1,6 milhão, quantia que havia emprestado, em 2016, e simulado o pagamento com quatro cheques sem fundos.
Detalhe: o credor do parlamentar foi preso em novembro passado, durante a Ofir, operação da Polícia Federal, por ter trapaceado, por meio de esquema de estelionato, ao menos 25 mil pessoas. Consta na ação monitória de número 0809168-53.2018.8.12.0001 que Picarelli mantinha negócios com Celso Éder Gonzaga de Araújo.
Diz na ação que “das negociações entabuladas, foram emitidas 04 (quatro) cártulas de cheque em favor do requerente [Celso Éder], sendo elas: cheque n.º 001918 – no valor de R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais), datado de 09 de junho de 2016 e com vencimento para 10.07.2016; cheque 001920 – no valor de R$ 23.299,11 (vinte e três mil duzentos e noventa e nove reais e onze centavos), datado de 16 de junho de 2016 e com vencimento para 16.08.2016; cheque n.º 001926 – no valor de R$ 25.194,24 (vinte e cinco mil cento e noventa e quatro reais e vinte e quatro centavos), datado de 16 de junho de 2016 e com vencimento para 16.09.2016; cheque n.º 001964 – no valor de 1.320.000,00 (um milhão trezentos e vinte mil reais), datado de 03 de outubro de 2016 e com vencimento para 29.02.2017”.
Ainda de acordo com a ação, sempre que chegava a data de descontar o cheque, Celso Éder procurava o deputado, que dizia: “que naquela data não haveria fundos, mas que todos os valores seriam quitados, acabando por ser penalizado com a prescrição dos títulos para fins de execução”.
Isto, é, Maurício Picarelli pegou R$ 1.585.390,06 de Celso Éder e não pagou. Agora, na Justiça, o credor do parlamentar quer de volta, com juros de R$ 79,2 mil, essa quantia: R$ 1.664.659,56.
Maurício Picarelli tem 15 dias para quitar a dívida. Ao menos até a manhã desta quinta-feira (19), o parlamentar não havia contestado, no processo, a conta cobrada.
QUEM É CELSO
A Polícia Federal prendeu Celso Éder Gonzaga no dia 21 de novembro do ano passado, em Campo Grande. O suposto empresário prometia lucros milionários às pessoas interessadas em ganhar dinheiro por meio de uma mina de ouro que tinha sido explorada há anos. Para participar do negócio, a vítima aplicava R$ 1 mil com promessa de ter de volta até R$ 1 milhão.
Ao menos 25 mil pessoas teriam caído na trama. Celso Éder tentou escapar da prisão por meio de recursos judiciais, mas até agora não conseguiu.