G1/PCS
ImprimirO candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta quinta-feira (30) que o aumento para juízes federais e servidores públicos da União, em meio à crise fiscal, é uma “vergonha” e “bofetada no rosto do povo brasileiro”.
Em agenda de campanha na cidade de Campinas, interior de São Paulo, Ciro criticou a decisão do governo Michel Temer, tomada na quarta-feira (29), de manter o reajuste dos servidores para 2019, mesmo após a equipe econômica tentar adiá-lo para 2020 em razão da crise fiscal. O aumento havia sido negociado em 2015.
"Isso é uma vergonha. Francamente, falta compostura na elite brasileira. Não é que o salário seja grande. Eu acho que juiz tem que receber salários decentes, os maiores possíveis e, acho, francamente, uma 'impostura' ficar falando mal de salário. Eu estou falando agora é da ocasião", afirmou.
Além do reajuste para os servidores, Temer fechou um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), concedendo reajuste de 16,38% para o Judiciário federal. Em troca, Temer combinou com a Suprema Corte o fim do auxílio-moradia para a magistratura, no valor de R$ 4,7 mil.
Segundo o blog do Valdo Cruz, a versão final do Orçamento de 2019 deverá ser enviada nesta sexta-feira (31) ao Congresso Nacional com a previsão de reajuste.
Ao criticar o reajuste, Ciro Gomes citou números da crise econômica do país, como o número de desempregados e dados da violência urbana.
“[São] 13,7 milhões de brasileiros desempregados, 32 milhões de brasileiros vivendo de bico, na informalidade, correndo da repressão. 60 mil mulheres foram estupradas no Brasil nos últimos 12 meses sem nenhuma punição, o Brasil teve 63.880 homicídios sem nenhuma capacidade de investigação. Que pelo menos se dê justiça à essa tragédia e os senhores de Brasília fazerem esse tipo de notícia para a sociedade... isso é uma bofetada no rosto do povo brasileiro“, declarou.
Devido à recessão, o Ministério do Planejamento tentava postergar o aumento do funcionalismo a fim de garantir uma economia de R$ 6,9 bilhões aos cofres públicos e ajudar a fechar as contas do governo federal em 2019.
Com isso, seria possível cumprir o teto dos gastos públicos e a meta fiscal do ano que vem, que prevê um déficit de R$ 139 bilhões, realocando os recursos para as áreas sociais e investimentos.
Agora, a equipe econômica terá de promover cortes, principalmente em investimentos, a fim de acomodar o reajuste dos servidores civis.