Sábado, 23 de Novembro de 2024
Política
11/03/2014 09:00:00
PMDB da Câmara quer rever aliança com PT e anuncia "independência"
Deputados querem convenção nacional para decidir sobre rompimento. Reforma ministerial e alianças para eleição motivam crise política.

G1/PCS

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Ao lado do líder Eduardo Cunha (RJ), deputado Fábio Trad (MS) lê nota em que bancada do PMDB na Câmara declara posição de
Após se reunir a portas fechadas nesta terça-feira (11), a bancada do PMDB\n na Câmara anunciou "independência" em relação ao governo e decidiu\n que apoiará a convocação da Executiva Nacional da legenda para\n "reavaliar" a atual aliança com o PT.\n \n O PMDB, que detém a segunda maior bancada da Câmara (75 deputados) depois do\n PT (87), entrou em rota de colisão com o governo devido às divergências entre\n as duas siglas sobre as alianças regionais para a eleição deste ano e à demora\n para a conclusão da reforma ministerial – a presidente Dilma Rousseff resiste à\n reivindicação de ampliação do espaço do partido, que atualmente comanda cinco\n ministérios (Agricultura, Minas e Energia, Previdência, Turismo e Aviação\n Civil).\n \n Documento lido durante a reunião dos deputados da legenda afirma que os\n parlamentares vão "exortar o partido a convocar sua Executiva para debater\n a atual crise política, com vistas a reavaliar a qualidade da aliança com o PT\n e adotar providências visando fortalecer o PMDB".\n \n De acordo com o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), a\n posição foi apoiada pela maioria dos integrantes da sigla. "A bancada quer\n discutir a qualidade da aliança. Mas a decisão é da convenção nacional",\n disse Cunha.\n \n Para a convocar a convenção, é necessário que pelo menos 11 diretórios\n regionais do PMDB assinem documento solicitando o encontro. Na reunião desta\n terça da bancada, deputados peemedebistas relataram que estão se articulando\n nos estados para colher assinaturas para fazer a convenção.\n \n Eduardo Cunha disse que "discutir" não significa necessariamente\n romper com o PT, mas, de acordo com o deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), "a\n maior parte da bancada – 80% – quer o rompimento".\n \n “Não cabe à bancada decidir ou não [se a aliança deve continuar]. Esse\n debate passa pela Executiva Nacional e depois pela convenção nacional. O que a\n bancada quer é debater”, disse o líder do PMDB.\n \n Independência
\n O documento aprovado pelos deputados peemedebistas diz que a bancada\n "reafirma sua intenção de se conduzir com independência, visando o melhor\n entendimento sobre as matérias, de acordo com a posição da maioria em cada\n votação”.\n \n Com essa declaração aprovada pelos deputados, o PMDB deixa claro que não\n apoiará necessariamente projetos de interesse do governo. Em um primeiro sinal\n de “independência”, o partido decidiu apoiar a aprovação de convocações e\n convites para que ministros e autoridades do governo federal prestem\n explicações na Câmara.\n \n De acordo com Cunha, o PMDB entrou em acordo para aprovar convite à\n presidente da Petrobras, Graça Foster, para que fale de denúncias de propina\n envolvendo a estatal.\n \n O peemedebista afirmou ainda que apoiará a convocação do ministro da Saúde,\n Arthur Chioro, para que preste esclarecimentos sobre o programa Mais Médicos e\n o regime de contratação de médicos cubanos.\n \n Apoio a Cunha
\n No documento aprovado pela bancada, os peemedebistas também declararam apoio ao\n líder do PMDB e destacaram que Cunha “é o único interlocutor da bancada\n federal”.\n \n A relação tumultuada entre Cunha e o governo federal está na raiz da crise\n entre o Executivo e a base aliada no governo Dilma. Nesta segunda, a presidente\n se reuniu com lideranças do partido no Palácio do Planalto, entre as quais o\n líder da bancada do Senado e os presidentes da Câmara e do Senado, mas não\n convidou Cunha. A atitude foi interpretada como uma tentativa de isolar o líder\n peemedebista.\n \n “A bancada decidiu aprovar moção denbsp; apoio e irrestrita solidariedade\n ao líder reeleito Eduardo Cunha, vítima de agressões despropositadas do PT que,\n em verdade, atingiram frontalmente a bancada e o próprio PMDB, já que as\n posições externadas pelo líder refletem a posição da bancada”, diz a nota da\n bancada.\n \n A moção de apoio aprovada diznbsp; ainda que a unidade da legenda “incomoda\n forças políticas” com projeto “hegemônico” de poder. “A harmonia e coesão da\n nossa bancada, ao tempo que incomodam outras forças políticas que flertam com\n um projeto hegemônico, tem tributado ao nosso líder Eduardo Cunha ataques e\n agressões que extrapolam o patamar da civilidade em qualquer das relações e,\n particularmente, nas relações políticas onde o respeito e a cordialidade são\n fundamentais e imprescindíveis à democracia”, diz o texto.\n \n Mais cedo nesta terça, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique\n Eduardo Alves (PMDB-RN), também saiu em defesa de Eduardo Cunha, dizendo\n considerar “impossível” que o líder do PMDB seja excluído. “É impossível isolar\n um líder de uma bancada de 76 deputados federais. Podem ter dificuldades, que\n fazem parte do jogo\n \n “É claro que existe crise”
\n Em entrevista à imprensa após a reunião com a bancada, Eduardo Cunha reconheceu\n que existe uma "crise" entre PT e PMDB e destacou que não houve\n tentativa pelo governo de debater a relação entre os dois partidos.\n \n "É claro que existe uma crise e essa relação não foi discutida. Pelo\n contrário. Sempre tentaram nos colocar como interessados em cargos. Nós\n queremos nos desfazer de cargos", disse.\n \n Cunha afirmou ainda que se a presidente Dilma quiser ouvir o PMDB, terá que\n "conversar com a bancada" do partido na Câmara.nbsp; Para Cunha, o\n PT tem um projeto hegemônico de poder e exclui partidos aliados.\n \n "Há uma insatisfação generalizada com um processo hegemônico feito pelo\n Partido dos Trabalhadores, que tem prejudicado partidos aliados", afirmou.\n \n \n
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