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ImprimirA BMW lançou nesta quinta-feira (18) a sexta geração do sedã Série 7 no Brasil. O modelo começa a ser vendido em junho em versão única, a 750Li M Sport, com preço sugerido de R$ 709.950.
O Série 7 é o que chamamos de flagship da BMW. Ou seja, é o carro de referência da marca, pois abriga o que há de mais tecnológico em seu portfólio, sobretudo no quesito conforto e conveniência ao consumidor da classe A. A lista de equipamentos é tão extensa que nesta matéria vamos destacar os principais e exclusivos, mas você poderá ter acesso ao material mais detalhado abaixo.
Começando pelo o que o carro tem sob o capô, trata-se de um motor 4.4 V8 biturbo de 450 cv de potência e 66,3 kgfm de torque, acoplado à transmissão automática de oito marchas da ZF e tração traseira. De acordo com os dados da fabricante, mesmo pesando 1.800 kg, o sedã é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 4s7, atingindo velocidade máxima de 250 km/h.
Mas apesar do desempenho indubitavelmente instigante, o que interessa no Série 7 é o nível de tecnologia embarcada. O veículo conta com um sistema de câmeras, sensores e radares que monitoram tridimensionalmente todo o seu entorno em 360º. A aplicação disso na prática varia desde o básico estacionamento autônomo em vagas perpendiculares e paralelas até a função de piloto automático adaptativo com função stopamp;amp;go coordenando pela câmera frontal (que possui visão noturna e detecção de calor com um alcance de 600 metros), passando pelo assistente de manutenção à faixa e alertas de tráfego cruzado.
Isto é, o Série 7 é praticamente um veículo semiautônomo no trânsito e na estrada. O revés fica por conta da função de estacionar o veículo remotamente pela chave (recurso existente no modelo vendido lá fora), a qual ainda não foi homologada no Brasil por falta de legislação, segundo Emilio Paganoni, gerente de projetos da BMW no Brasil.
E falando em chave, a do Série 7 é o que poderíamos chamar de "smartkey". O objeto possui uma tela sensível ao toque que permite ao motorista comandar uma série de funções do carro, desde abrir/fechar e trancar/destrancar todas as portas e vidros, até ligar o climatizador remotamente e verificar o estado de manutenção de alguns itens, como o óleo.
MODO JEDI
Entre as tecnologias exclusivas do Série 7, a que mais se destaca é a estreia, no Brasil, dos comandos por gestos. De acordo com Paganoni, os carros estão "a um passo de se tornarem autônomos". Com isso, a necessidade de se manter as duas mãos no volante, já vislumbrando um futuro onde os veículos se locomovam sozinhos, não será mais uma máxima para a segurança. Pensando nisso, a companhia aposta nos gestos como tendência para controlar diversas funcionalidades do carro.
Entre os comandos que o motorista pode fazer no ar estão aumentar e diminuir o volume do som e navegar pelas câmeras de estacionamento, para visualizar todo o entorno do carro, garantindo mais precisão e segurança durante a manobra.
PRIMEIRA CLASSE
O perfil do consumidor de um carro da estirpe do Série 7 é, majoritariamente, composto por clientes que passam mais tempo nos bancos de trás do veículo. E o que não falta no BMW são mimos e controles para os magnatas, que viajam como se estivessem na primeira classe de um avião.
Para começar, os bancos de trás têm ajustes elétricos em seis direções diferentes (inclinação, altura, lombar, etc), além de uma opção que afasta ao máximo o banco do passageiro da frente para que dê espaço ao ocupantes de trás esticarem as pernas, com direito a um apoio para os pés no encosto do banco defronte. O passageiro também pode aproveitar as diversas opções de massagens que os bancos proporcionam.
O "patrão" sentado ali ainda pode controlar todas as funções da central multimídia e do sistema de som do carro por meio de um tablet removível disponível no encosto central dos bancos, sem contar as telas instaladas na parte de trás dos bancos da frente, ambas com entrada HDMI.
AGUARDANDO REFORMAS
O evento de lançamento do Série 7 no Brasil também serviu para apresentar à imprensa o novo presidente do grupo BMW no país, o português Helder Boavida.
A escolha do novo presidente não foi por acaso. Boavida estava à frente da BMW em Portugal na época em que o país colhia explicitamente os efeitos da crise mundial de 2008, o que, possivelmente, credenciou-o a tomar as rédeas da companhia no Brasil em meio à instabilidade econômica e política que o país vive. "As causas das crises são muito parecidas. Temos, por um lado, uma conjuntura econômica que não ajudou (por conta da queda dos preços das commodities) e não foram feitas as reformas estruturais que deveriam ter sido aplicadas. Em Portugal aconteceu exatamente isso, com o déficit do governo se acumulando cada vez mais", comparou Boavida.
Segundo o executivo, o país mediterrâneo precisou de quatro anos para retomar o volume de mercado existente antes da eclosão da crise mundial. Portugal encarou uma queda de 210 mil a 90 mil emplacamentos anuais entre 2010 e 2012, de acordo com Boavida. Neste ano, contudo, espera-se que o país ultrapasse os 200 mil emplacamentos novamente. "O Brasil é um país muito grande, nem se comparam os recursos que o país tem em relação aos de Portugal, portanto acredito que essa recuperação pode ser até mais rápida se as reformas forem feitas de maneira correta."
Entre as adaptações que Boavida pensa serem eficazes para melhorar o ambiente de negócios brasileiro, o executivo cita as reformas fiscal e trabalhista como "as mais prioritárias", mas não entrou em detalhes sobre o que exatamente espera do governo interino.
A BMW encerrou o ano de 2015 atrás das suas principais concorrentes no segmento de automóveis premium, com 15.852 emplacamentos (a Audi foi líder com 17.540 e a Mercedes-Benz veio logo atrás, com 17.513). Atualmente, a marca bávara continua em terceiro, com 3.029 unidades vendidas. O Série 7 não vai ajudar muito o objetivo da BMW a voltar à liderança, porque tem potencial para vender somente 50 unidades este ano, segundo Boavida, mas 2016 será o primeiro ano completo de funcionamento da fábrica da marca em Santa Catarina (onde ela produz cinco modelos).
Por enquanto, a expectativa da companhia é modesta: vender 16.000 unidades até o final do ano, incluindo os modelos exportados.