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29/11/2016 12:42:00
Jeep Compass 2.0 flex: primeiras impressões
SUV mostra mais disposição do que 'irmãos' Renegade e Toro flex. Motor TigerShark de 2 litros e 166 cavalos é inédito no país.

Auto Esporte/PCS

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Jeep Compass flex (Foto: André Paixão/G1)

O Compass é o terceiro modelo a ser produzido em Goiana (PE), fábrica que a FCA considera uma das mais modernas do grupo no mundo. Ocupando uma faixa de preços entre R$ 100 e R$ 150 mil, ele é também o mais caro feito na unidade pernambucana. Até por isso, é esperado que seja o melhor produto que sai do local.

Mas usando a mesma plataforma de Renegade e Toro, será que o mais novo Jeep nacional vai além em termos de qualidade de produto?

Para responder esta pergunta, o G1 avaliou o Compass com motor flex na versão Longitude, que deve ser a favorita dos compradores, responsável por 30% dos novos Compass.

‘Coração’ novo

O Compass é o primeiro carro da FCA no Brasil com o motor 2.0 TigerShark flex, que entrega 166 cavalos e 20,5 kgfm. A transmissão escolhida é a mesma automática de 6 marchas do Renegade e da Toro, fornecida pela Aisin.

De acordo com a Jeep, apesar de ser aspirado, 86% do torque já está disponível na faixa de 2 mil rotações por minuto. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 10,6 segundos, com velocidade máxima de 192 km/h, também segundo dados de fábrica.

Este motor foi lançado nos Estados Unidos em 2013. Para poder receber o etanol brasileiro, foram feitas modificações nos pistões, velas, válvulas de admissão e escape, bronzinas e chicotes. Como é de praxe, a potência com o combustível vegetal aumentou de 160 cv para 166 cv.

Motor 2.0 flex do Jeep Compass (Foto: André Paixão/G1)

Como anda?

O maior temor antes de iniciar o teste drive era que o desempenho fosse semelhante ao dos outros veículos flex feitos em Goiana. Pesados, Renegade e Toro 1.8 fazem o motorista ter uma generosa dose de paciência. É difícil embalar com os modelos, principalmente em rodovias.

Felizmente, a história é outra com o Compass. O 2.0 Tigershark dá conta dos 1.541 kg. Não tem a agilidade de um tigre ou de um tubarão, como sugere o nome em inglês. Mas passa longe de desapontar.

O câmbio automático é o mesmo dos “irmãos” do Compass. Mas aqui fica evidente que, o que falta para Toro e Renegade é mesmo motor. A caixa da Aisin trabalha bem no SUV recém-chegado. Ela faz trocas suaves e sem trancos.

Apesar da diferença no desempenho, acerto de direção, suspensão e posição de dirigir lembram bastante o Renegade. E isso faz do Compass um modelo gostoso de dirigir.

O único ponto que deixa a desejar no Compass é o consumo de combustível. Abastecido com gasolina, o SUV registrou consumo rodoviário de 9,6 km/l. Nos dados oficiais do Inmetro, ele faz 10,5 km/l.

Em outras condições, os números são ainda menos animadores. Ainda com gasolina, a média urbana é de 8,1 km/l, pior do que o Compass anterior, que fazia 8,3 km/l. Com etanol, as marcas são de 5,5 km/l na cidade e 7,2 km/l na estrada.

Interior do Jeep Compass (Foto: Divulgação)

Bom gosto

A cabine mescla elementos do próprio Renegade com o Grand Cherokee. Toda a porção central do consolo parece tirada do modelo maior, inclusive o acabamento. Toda a superfície do painal e as laterais das portas são de plástico emborrachado.

A central de 8,4 polegadas é fácil de usar e permite o controle de praticamente tudo dentro do veículo, desde a ventilação até a distribuição do som na cabine.

Bem equipado

O Compass Longitude tem bom nível de equipamentos, que justifica os R$ 106.990 cobrados pela Jeep. Há ar-condicionado digital de duas zonas, acesso sem a chave e partida por botão, central multimídia com tela de 8,4 polegadas, câmera de ré, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, rodas de 18 polegadas e freio de estacionamento elétrico.

É possível adicionar teto solar panorâmico (R$ 6,8 mil) e dois kits. O Segurança custa R$ 3 mil e inclui airbags laterais, de cortina e de joelho para motorista. O Premium é um pouco mais caro, de R$ 3,5 mil, e conta com sensores de luz e chuva, retrovisor interno antiofuscante, bancos de couro e som da marca Beats.

Jeep Compass (Foto: André Paixão/G1)

Mercado

Considerando o veículo testado, na versão Longitude com os pacotes Segurança e Premium, o preço do Compass vai a R$ 113.490, pouco mais do que os R$ 105.990 do Hyundai ix35 Intermediário e do que os R$ 112.990 do Kia Sportage LX (versão básica). Ainda assim, é mais barato do que o Mitsubishi ASX AWD, de R$ 119.990.

Na comparação com os três SUVs médios mais vendidos do país, esta configuração do Compass tem ampla vantagem em equipamentos diante dos rivais coreanos nesta faixa de preço. A dupla da Kia e Hyundai fica devendo em itens de segurança, ao oferecer apenas os dois airbags obrigatórios por lei e não contar com controles de tração e estabilidade. Já o ASX tem tudo isso, mas carece de modernidade no projeto.

Conclusão

A Jeep escolheu apostar na receita clássica nas versões que serão as mais populares do Compass. Não arriscou “estragar” um bom carro com o fraco motor 1.8, mas também não ousou com um motor turbo.

A estratégia é a mesma de praticamente toda a concorrência, com exceção do Volkswagen Tiguan, que tem opção 1.4 turbo. Fora ele, todos os maiores rivais são equipados com motor 2.0 aspirado. O Compass se diferencia, no entanto, ao oferecer bom pacote de equipamentos e uma construção sólida e moderna.

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